Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a cirurgia bariátrica é indicada para o tratamento da obesidade mórbida e/ou obesidade grave e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele.
Mas é válido ressaltar que o procedimento só é indicado para pacientes que realizaram previamente tentativas de emagrecimento e não obtiveram sucesso ou estabilidade de peso.
Além desse critério, o especialista fará uma análise, baseada em três outros aspetos: IMC, idade e avaliação de doenças associadas à obesidade.
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O período pré-operatório da cirurgia bariátrica envolve a avaliação e acompanhamento com equipe multidisciplinar, a fim de otimizar a segurança e os resultados.
Uma das recomendações é a perda de peso, que deve ser orientada por um endocrinologista, baseada em uma mudança na escolha alimentar, que pode envolver a indicação de uma dieta equilibrada, reorganização dos horários das refeições, prática adequada de exercícios físicos e até mesmo a indicação de medicação específica e individualizada para otimizar a redução de peso e auxiliar em mudanças comportamentais.
Além disso, é necessária a realização de uma série de exames e da avaliação de comorbidades.
No caso do endocrinologista, o acompanhamento é fundamental, principalmente em casos de doenças associadas, como a
diabetes, que pode estar relacionada com questões hormonais do organismo.
Outro aspecto importante em relação ao acompanhamento com endocrinologista é a análise da causa da obesidade, que pode estar relacionada a disfunções endócrinas, provocadas por alterações nas funções das glândulas tireoide, suprarrenal e da região do hipotálamo.
Além disso, o paciente deve ser informado sobre as possíveis complicações da realização cirúrgica e orientado quanto ao pós-operatório, que também deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
Depois da cirurgia bariátrica, o acompanhamento clínico deve ser feito periodicamente, conforme orientação do médico responsável e de acordo com o tipo de cirurgia realizado.
É válido reforçar que, em casos de comorbidades, o acompanhamento com especialista na doença apresentada pelo paciente é fundamental ao longo do processo de recuperação.
Recomenda-se a prática de exercício físico e uso de complemento vitamínico, de acordo com a necessidade individual de cada paciente, bem como características individuais.
Uma dieta será planejada por um nutricionista, levando em conta particularidades e necessidades do paciente, para garantir melhores resultados do procedimento e evitar complicações.
Além do acompanhamento com os especialistas já citados, a SBCBM recomenda também o auxílio de um psicólogo, porque, depois da cirurgia, podem surgir algumas mudanças no estilo de vida e rotina do paciente e essa necessidade de adaptação pode causar insegurança, queixas, desconforto e ansiedade.
A cirurgia bariátrica passa a ser considerada para o tratamento da obesidade nos pacientes com IMC acima de 40 ou entre 35 e 40 com outros problemas de saúde importantes relacionados à obesidade. Mesmo nesses pacientes, a cirurgia bariátrica só passa a ser uma opção após falha do tratamento clínico (mudanças do estilo de vida mais o uso de medicamentos para tratamento da obesidade).
Pode. Com o tempo, o paciente consegue comer quantidades maiores e também aprender a burlar a cirurgia, comendo coisas mais calóricas. Eu costumo dizer que opero o estômago e não a cabeça. Por isso, o paciente precisa ter consciência de que a cirurgia não é uma solução definitiva. Ele terá de fazer a parte dele, com uma alimentação mais saudável e exercícios físicos regulares. O que é esperado é um reganho de até 10% do peso eliminado, ou seja, se a pessoa emagreceu 50 quilos, ela pode recuperar até 5 quilos.
Sim, pode acontecer. Algumas pessoas começam a ingerir mais bebida alcoólica, outras se viciam em compras. Por isso, também é muito importante o acompanhamento psicológico.
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